Como os humanos estão constantemente impactando a paisagem?

Autora: Sarah Tavares

Tradutora: Mara

A relação entre a paisagem natural e os fatores humanos está em constante mudança. A arte da natureza humana para criar novos meios de desenvolvimento harmonioso. A paisagem cultural também é uma representação das questões sociais e econômicas de uma comunidade: os humanos são afetados por períodos históricos, então as necessidades e os problemas de uma geração são expressos diretamente através da paisagem. Afinal, é impossível esconder essas questões do ambiente em que elas acontecem.

As percepções e ações humanas decorrentes dessa interação influenciam as mudanças sofridas pela paisagem dentro de seu processo de síntese, e ela jamais voltará atrás. Com a compreensão do entorno, é possível compreender como o homem altera os sistemas naturais por meio de suas criações, e como o ambiente influencia diretamente seu modo de vida (Bickhard, 1980).

Urbanization and the Industrial Revolution contributed to the formation of cities.  The ascension of various instrumental techniques actively interact with the landscape. According to S. Gideon, “The routes of history are the products of geography.”  It’s possible to perceive how economic, social, and cultural factors impact the landscape. So, when modifying the environment, humans become an essential part of the landscape due to the impact they cause on their surroundings (Santos, 2006).

New York 1920

New York, 2020

As atividades humanas modificam a paisagem rotineiramente, deixando características para um tempo temporário ou permanente. Este impacto é um processo cumulativo. A humanidade interage com seus arredores desde o início dos tempos - com a intenção de sobreviver . 

Em meio aos danos causados pela crise sanitária e econômica devido à pandemia do Coronavírus, a construção de megaestruturas na área urbana, como os arranha-céus, caiu 20% (CTBUH, 2021). Enquanto algumas cidades relataram um aumento no desmatamento, presença de vida selvagem em áreas urbanas e geração de resíduos devido ao bloqueio. 

Acompanhando o impacto humano

A biofonia representa os sons emitidos por um organismo, como pássaros ou insetos, a antropofonia representa os sons gerados pelo homem, como vozes ou música, e a geofonia representa o conjunto de sons naturais emitidos por fontes não biológicas, como chuva ou vento. 

A biocultura reforça a ideia de que as pessoas fazem parte da natureza ao monitorar o bem-estar humano e ecológico. Segundo o músico e ecologista americano Bernie Krause, é possível perceber o impacto ambiental humano através do som, e as paisagens sonoras analisam os ruídos naturais e artificiais que cercam uma paisagem. 

A falta de biofonia nas cidades, por exemplo, significa a ausência de densidade e diversidade devido à migração de espécies uma vez que a antropofonia se tornou mais alta. 

Durante a pandemia, os pesquisadores usaram o som para identificar mudanças na paisagem em Boston, concluindo que, uma vez que as atividades humanas diminuíram devido ao bloqueio, “era quase como se a melodia do campo entrasse na cidade”, disse Carlo Ratti, diretor do Senseable City Lab da MIT.

É impossível esconder questões sociais, econômicas e políticas da paisagem, pois elas sempre se mostram através dos lugares em que vivemos. A humanidade modifica constantemente o meio ambiente de acordo com suas necessidades e preferências. É possível moldar a paisagem de acordo com as crenças, valores, necessidades e noções estéticas pré-estabelecidas de uma sociedade. 

Por isso, as paisagens não são apenas um patrimônio cultural, mas um produto do nosso esforço diário. As ações da humanidade estão marcadas para sempre no lugar onde a vida se desenvolve, e por isso é vital ampliar o conhecimento sobre o nosso entorno e iniciar atividades positivas que levem a uma conexão harmoniosa entre a natureza e o homem.

Bibliografia:

Badger and Bui. “The Coronavirus Quieted City Noise. Listen to What’s Left.” The New York Times, May 22, 2020. https://www.nytimes.com/interactive/2020/05/22/upshot/coronavirus-quiet-city-noise.html (Last accessed on July 20, 2022)

Barry, A., and G. Born, editors. 2013. Interdisciplinarity: reconfigurations of the social and natural sciences. Routledge, Oxford, UK.

Bickhard, M. H. (1978). The Nature of Developmental Stages. Human Development, 21, 217- 233.

Krause, Bernie. The Great Animal Orchestra: Finding the Origins of Music in the World’s Wild Places, 2nd edn, New York, Little Brown & Company, 2012.

Le Corbusier, Manière de penser l’urbanisme, 2nd edn, Paris, Gonthier, 1963.

Santos, Milton. A Urbanização Brasileira, Hucitec, São Paulo, 1993, (4ª edição: 1998).